"E agora!?Quem se vai orgulhar de mim!?" Foram estas as palavras usadas por ti quando me abraçaste. Palavras essas que ficarão para sempre gravadas, na minha cabeça, no meu coração.
Perdeste a mãe. Sim, a mãe. E com ela foi um pouco de ti.
Mãe, palavra pequena mas carregada de significado.
Ser mãe é renunciar a si mesma. Mãe é magia, é sabedoria, é amor. Mãe é quela que diz que nunca gostou de torta de maçã, quando vê que há cinco pessoas para comer e só restam quatro pedaços. Não é assim? Claro que é. Mãe é sempre igual, só muda de endereço.
Foi o último adeus, mas fica sempre tanto por dizer... Tanto por fazer... Tanto por partilhar... Será possível dizermos a uma mãe tudo o que sentimos por ela? Não. Nunca há tempo. Falta sempre tempo para agradecer e pedir o último abraço.
Por entre a revolta e os porquês: Porquê eu? Porquê a minha mãe? Porquê agora? Porquê sofrer? Porquê a minha rainha? Porquê? Porquê? Porquê? Palavra que atormenta e não nos deixa dormir. Resta pedir que descanse em paz e encontre no céu toda a serenidade.
O tempo transformará a revolta em saudade, mas é ela que te manterá na memória todos os momentos felizes.
Afilhada, podes agora reviver esses momentos mas no papel de mãe. Transportar para o teu filho toda a sabedoria que adquiriste com ela. O amor incondicional será perpetuado em cada pedacinho do teu menino.
Quem agora se vai orgulhar de ti?
A resposta é simples, o Martim.