segunda-feira, 6 de junho de 2016

Descrença na religião

Não, não acredito em Deus. Não, não acredito em milagres. Não, não acredito no oculto. Sou cética. Tenho dificuldade em acreditar em coisas que não vi, que não me podem ser provadas.
Como posso acreditar em Deus! ? Alguém que nunca me foi apresentado,  alguém que nunca ninguém viu! ? Como alguém que é colocado acima de todo o bem e dotado de toda a sabedoria, omnipresente e omnipotente pode permitir que os seus seguidores passem por tantas privações!?
Já sei, já sei. Deus só coloca o fardo nas costas de quem o pode carregar. .. Hã??? Então alguém que só pratica o bem ainda tem de ser fustigado!? Eu até podia dar um quase interminável número de exemplos, mas corria o risco de identificar pessoas e por isso não o vou fazer.
Acredito em Jesus.  Sim, porque há relatos, há testemunhos.  Só não me peçam para acreditar que fez milagres. Não duvido que tenha sido uma pessoa maravilhosa e que só praticou o bem, mas morreu em prol de tudo o que fez para ajudar o próximo.
A uma entidade como Deus não deveria ser reclamada justiça! ? Lamento, mas não consigo compreender. Quem pratica o bem não procura agradecimento, mas não seria merecedor de paz de espírito?
Mas acreditando que Deus existe, como poderia reclamar o sofrimento das pessoas que ajuda? Sacrifícios de kms a pé ou de joelhos e outro tipo de penitências? Se Ele realmente existe não consigo acreditar que se orgulhe disto. Se quem tem fé deposita a sua vida nas mãos de Deus e se Ele ajuda, sendo quem é,  como poderia reclamar tal suplício?
Também temos a ostentação da igreja católica. Então, Jesus nasceu pobre em Belém e o Papa, em Roma, vive num rico palácio!? Se Jesus pregou descalço e ao relento porquê que a igreja vive no luxo! ? A fé não está dentro de edifícios, a fé está no coração.
Apesar de todas as minhas descrenças, não estou contra a religião. Sou a favor de tudo o que faça com que nos sintamos bem. Não me identificando com nenhuma religião acho maravilhoso que se possa sentir paz junto de uma entidade religiosa. Acho, sinceramente, que a fé pode ajudar as pessoas e até transformá- las em seres melhores. 
Prefiro, no entanto,  identificar-me com pessoas e com atitudes. Sou indiferente à religião, porque as pessoas são o espelho dos atos que praticam.
Por estes dias,  durante o  serviço, fui abordada por duas irmãs que me deram duas medalhas religiosas. De acordo com as suas crenças estas me iriam iluminar e proteger. E não é que acreditei nisso? Não que eu acredite que são as imagens que me protegem, mas sim o desejo de duas pessoas bondosas que praticam o bem pelo prazer de ver os outros felizes. 
O meu semblante sorriu enquanto recebia as medalhas. E a fé é isto, acreditar que o amor é gratuito e pode mudar o mundo. Eu acredito.