quinta-feira, 26 de outubro de 2017

40 balas

40 balas!? Foi assim que um amigo me cumprimentou, hoje, pela manhã.

Socorro! Ele tem razão!  Estes 40 anos passaram à velocidade das balas! Colheita de 1977, está fácil de fazer a conta.

Trau!  E de repente 40! Esperem, preciso digerir! Mas como! ?

Infinitamente sonhadora, brinco, prego partidas, caio, pinto o cabelo de rosa, amuo, faço queixinhas à mamã, terei mesmo essa idade?  Deixa lá!  É só um número!

Não fossem as rugas, as dores nas costas, os cabelos brancos (que pintarei até que a voz me doa), ou a falta de um dente molar, eu jurava que tinha 20.

Vou é tirar partido desta idade maravilhosa. Serena, ainda com a energia da juventude, sem angústias nem dramas. Sinto-me charmosa,  sedutora e muito mais interessante!

Entrei na Era do ouro!  Para trás ficaram 40 anos de muitas experiências mas na frente ainda tenho uma parafernália de coisas para viver! Com a vantagem de que me sinto mais confiante e pouco preocupada com a opinião dos outros.

E como dizia Cícero: "Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons."

sábado, 1 de julho de 2017

Ter um blogue para quê?

Muitas vezes dou comigo surpreendida porque sou seguida no blogue por mais gente do que pensava. Além dos amigos, sou seguida por desconhecidos!  Dá para imaginar!? Já fui confrontada, inclusivamente,  por um desconhecido que me abordou dizendo que acabou de ler um artigo meu.
-Sério! ? E gostou?
-Estava muito interessante. 
Não sei se teve paciência para ler mais do que um, mas só o fato de se ter dado ao trabalho já me deixou satisfeita.
No fundo, escrevo como se só eu fosse ler,  acho que é isso que torna o blogue mais genuíno. Acaba por ser um desabafo sobre os acontecimentos que vivo.  Se não o fizer fico com a sensação de que vou rebentar!
Acho que todos deveriam ter um, ajuda a descomprimir.  Quer dizer, nem todos.  Pela quantidade de erros ortográficos que leio por "Facebooks" e afins, muitos deviam ter vergonha de dizerem que são portugueses.  Atenção que não falo dos que não tiveram oportunidade de estudar, refiro- me aos iluminados que estudaram até à faculdade e que reinventam a língua portuguesa.
No fundo, o blogue ajuda- me a não perder a dinâmica da escrita já que a licenciatura em Jornalismo faz parte do passado e até para ler um livro preciso de estar de férias.
Agora, criar um blog para ter sucesso e ganhar dinheiro!? Sinceramente, desconheço. Não criei o meu blog para isso. Não me vou armar em inocente: um blog com muitos leitores atrai coisas boas, mas se for uma multidão de seguidores, aí começa a atrair muitas coisas para a quais não tenho paciência.  Pretendo ficar pelo meio termo... Muitas vezes tenho de contar até 1000  para não mandar ninguém à fava. Tenho de ler alguns comentários idiotas de alguns que vêm para aqui destilar ódio e frustrações. Enfim, faz parte. ..
Mas quem disse que a vida era fácil! ? Difícil é saber viver!

domingo, 18 de junho de 2017

Queimou o meu coração

Prometi a mim mesma que o meu próximo desafio neste blogue seria escrever algo para rir e não para chorar. 
A vida trocou- me as voltas.  Mais do que a mim trocou as voltas à minha amiga do coração.
Entre as 62 vítimas das chamas de Pedrogão Grande estavam os pais da minha amiga. Aquela que é sempre a primeira a chegar quando alguém precisa dela.
E eu estou longe!  Longe da minha amiga, doce e delicada mas dura e corajosa.
Partiu hoje, cedo, à procura dos pais, mas a única coisa que encontrou foi uma chapa de matrícula queimada que confirmava as suas mortes.
Nesse momento a esperança dos pais estarem em segurança, em casa de algum desconhecido, caiu por terra. Não conseguia falar com os pais mas podia ser apenas um problema de rede!
Afinal o pesadelo confirmou- se. O mundo caiu. Agora já não pode correr para a mãe ou para o pai, para se sentir protegida, como fazemos todos, mesmo depois de adultos. A minha amiga já não vai correr. Perdeu o colo da mamã e já não vai ouvir mais as palavras sábias do pai.
Não foram apenas dois corpos que se foram mas sim todo o seu universo. Um mundo feito de carícias e ensinamentos que agora são recordações.
Tantas experiências vividas juntos que estremeceram de repente e se  transformam em saudade.
Um ciclo se cumpriu e agora é hora de dizer adeus...